segunda-feira, 16 de abril de 2012

Seca volta a castigar o NE: setenta municípios da PB devem decretar estado de emergência

By Irenaldo Araújo   Posted at  15:37   No comments

Setenta municípios paraibanos devem decretar estado de emergência devido à seca nos próximos dias. De acordo com a Defesa Civil Estadual, as prefeituras estão fechando relatório de problemas que são enfrentados. Segundo o gerente estadual da Defesa Civil, Walber Rufino, o Estado enfrenta problemas sérios. "Temos 70 municípios mais atingidos, que estão nos encaminhado nos próximos dias toda a documentação para decretarmos emergência. A situação não é mais complicada porque temos 77 cidades recebendo carros-pipa do Exército", informou.
Em 2011, por exemplo, até o dia 5 de abril, o número de municípios com decretos reconhecidos era de apenas 39. Em 2010 --quando o país teve recorde de municípios em situação de emergência-- foram 134 municípios homologados por seca ou estiagem no Nordeste. Segundo o meteorologista e professor da Universidade Federal de Alagoas, Humberto Barbosa, existe uma transição do La Niña (responsável por mais chuvas no sertão) para El Niño, o que explica a maior estiagem neste período de 2012. O professor explicou também que outra parte do problema está nas mudanças climáticas que ocorrem nos oceanos.

"A bacia do Atlântico Sul está neutra, ou seja, mais fria do que a bacia do Atlântico Norte. Em resumo: tem menos umidade na atmosfera do sertão nordestino. E para piorar o Oceano Pacífico está trocando do La Niña pra El Niño, o que também não ajuda o semiárido nordestino. As secas prolongadas no sertão nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico. Esse aquecimento é o chamado El Niño. Nos anos em que esse fenômeno ocorre, o sertão sofre com a intensa seca", explicou.

Segundo Barbosa, ao contrário do que muitos pensam, a falta de chuvas não atinge toda região Nordeste. "Ela se concentra numa área conhecida como polígono das secas. No sertão e no agreste, o tipo de vegetação que se apresenta é a caatinga, o clima predominante é o semiárido. As áreas em vermelho no mapa representam as áreas de secas sobre esse polígono", disse Barbosa.

Cidades atingidas

Até esta sexta, segundo dados das defesas civis estaduais e municipais, pelo menos 458 cidades estão com decretos de situação de emergência em vigor. O número pode crescer, pois em Estados como Paraíba e Alagoas --que estão sofrendo com a estiagem-- ainda não publicaram decretos coletivos, o que pode ocorrer nas próximas semanas.

O Estado com maior número de cidades atingidas este ano é a Bahia, onde 199 municípios declararam emergência pela estiagem, que já é considerada a mais severa dos últimos 30 anos. Ao todo, 165 municípios já tiveram os decretos reconhecidos pelo governo federal, que liberou R$ 10 milhões para ações emergenciais no Estado. Os demais municípios ainda terão a situação analisada. Ao todo, 2,3 milhões de pessoas estão em áreas atingidas. Por conta da falta de chuva, o Estado vive também recorde de focos de incêndio. Até hoje, foram registrados 882 focos em toda a Bahia, sendo 99 apenas nos primeiros 12 dias de abril.
  • Ufal
    Mapa cedido pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Ufal mostra vegetação do semiárido, as áreas em vermelho são as mais afetadas, e as amarelas são são áreas em transição e que também sofrem com a estiagem
No Rio Grande do Norte, o governo do Estado decretou, nesta quinta-feira (12), situação de emergência em 139 municípios. O governo informou que os decretos foram publicados após a conclusão de um parecer técnico detalhando a situação agroclimática do Estado, apresentado no último dia 5. Segundo a Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte), as chuvas entre janeiro e março foram consideradas irregulares e de baixo volume. A estimativa é que 500 mil pessoas sejam afetadas.

No Piauí, a situação também é considerada grave. Segundo a Defesa Civil Estadual, 82 municípios já tem decretos de emergência homologados pelo Estado --número pode ser maior, já que nem todos teriam entregue a documentação ao Estado. Nesta sexta-feira, o ministro interino da Integração Nacional, Alexandre Navarro visitou Teresina e anunciou a liberação de R$ 15 milhões para combate aos efeitos da estiagem, sendo R$ 5 milhões liberados de imediato. O governo também anunciou reforço no abastecimento de água por carros-pipa e distribuição de cestas de alimentos para atender as cerca de 550 mil pessoas atingidas.

Em Pernambuco já são 19 municípios. Até a terça-feira (10), 17 municípios já tinham encaminhado decretos à Defesa Civil Estadual. Na quarta-feira, as cidades de Serra Talhada e Flores, ambas no sertão do Estado, também decretaram situação de emergência. Das 19 cidades, seis já tiveram o decreto homologados pela Defesa Civil Nacional, enquanto os demais aguardam análise. Mais de 400 mil pessoas estão em cidades atingidas, entre elas Petrolina.

Em Sergipe, também cresceu o número de cidades atingidas esta semana. Segundo novo balanço da Defesa Civil Estadual, são 17 municípios atingidos, onde mais de 100 mil pessoas moram e estão sendo atingidas.


Alagoas possuiu apenas um município em emergência --Água Branca, decretado em janeiro, e conta com abastecimento de água por meio de carros-pipa. Dos 33 municípios, 18 são os mais afetados pela estiagem e sofrem com o desabastecimento.

No Ceará, apenas um município decretou emergência, esta semana: Madalena. Segundo a Defesa Civil Estadual, outros municípios podem decretar situação nas próximas semanas, já que a falta de chuvas no sertão está causando prejuízos aos agricultores. Já o Maranhão não tem nenhum município atingido pela falta de chuva.

Fonte: UOL

Disponível em: <http://patosonline.com/interna.php?modulo=publicacao&codigo=26280> Acesso: 16 abr 2012, 15:36


Sobre Irenaldo Araújo

Educador, graduado em Pedagogia e Especialista em Psicopedagogia, pelas Faculdades Integradas de Patos; Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade, pela Universidade Federal de Campina Grande; Mestre em Ciências Florestais, pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, da Universidade Federal de Campina Grande; Doutorando em Educação, pelo Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal da Paraíba (Campus I).usto.
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    Educador, graduado em Pedagogia e Especialista em Psicopedagogia, pelas Faculdades Integradas de Patos; Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade, pela Universidade Federal de Campina Grande; Mestre em Ciências Florestais, pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, da Universidade Federal de Campina Grande; Doutorando em Educação, pelo Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal da Paraíba (Campus I).