quinta-feira, 26 de abril de 2012

Rede Água da ASA-PB faz balanço sobre a realidade da seca na Paraíba

By Irenaldo Araújo   Posted at  20:57   No comments

Organizações não governamentais integrantes da Rede Água da ASA-PB, em reunião, na última quarta-feira, 25 de abril, fazem balanço sobre a realidade da seca nas diferentes microrregiões do estado da Paraíba.
Do evento participaram representações do Alto e Médio Sertão, Cariri, Curimataú, Seridó, Agreste, Brejo e Litoral. Por unanimidade, foi visto que a seca é uma realidade já consolidada em todas as microrregiões do estado da Paraíba, sendo preocupante o baixo índice pluviométrico, não acumulando água nos reservatórios e dificultando o plantio em alguns municípios, além de se tornar cada vez mais escassa rações para os animais.
É preocupante o registro de altas temperaturas em todas as regiões do estado, especialmente pela possibilidade de aumento da evaporação, pondo em risco as reservas hídricas.
O que tem amenizado a situação da água para beber são as cisternas familiares e quem está produzindo são as famílias beneficiadas com implementações da ASA, especialmente através do P1+2.
A realidade apresentada pelas organizações da Rede Água é bastante preocupante, especialmente com a diminuição do suporte forrageiro e com a falta d’água para o consumo dos animais e quem depende de rações compradas, não tem condições de adquirir.
Somada a esta realidade da falta de chuvas na região, em alguns municípios do estado tem se constatado a migração da juventude em busca de melhores condições de trabalho, o aumento da violência, o aumento no consumo de drogas lícitas e ilícitas.
Há ainda o registro de ações que contribuem com a degradação dos recursos naturais: aumento no desmatamento, tendo as cerâmicas como consumidoras principais, por insistirem na utilização da madeira como principal matriz energética; o comércio de barro para as cerâmicas, comprometendo terras férteis em diversas localidades e prejudicando estradas asfaltadas, pelo tráfego de caminhões-caçambas; aumento de exploração mineral, comprometendo a qualidade de vida nos diferentes ecossistemas da região.
Neste quadro, ainda se constata a saída de famílias do campo para as cidades, motivadas pelo aumento da violência no campo e pelo comércio de propriedades por grandes empresas para instalação de torres para produção de energia eólica.
É preocupante a conjuntura política em alguns municípios, especialmente pela presença de grupos políticos que procuram a todo custo tirar proveito de situações de calamidades para se fortalecerem no poder.
Mesmo assim, apesar de um quadro desolador é preciso investir em ações que promovam o fortalecimento da sociedade civil organizada para que se possa melhor fiscalizar os recursos disponibilizados para amenizar os efeitos da seca, bem como luta pela implantação das políticas públicas nas diferentes microrregiões do Estado.

Sobre Irenaldo Araújo

Educador, graduado em Pedagogia e Especialista em Psicopedagogia, pelas Faculdades Integradas de Patos; Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade, pela Universidade Federal de Campina Grande; Mestre em Ciências Florestais, pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, da Universidade Federal de Campina Grande; Doutorando em Educação, pelo Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal da Paraíba (Campus I).usto.
Postado por: Irenaldo Araújo

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    Educador, graduado em Pedagogia e Especialista em Psicopedagogia, pelas Faculdades Integradas de Patos; Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade, pela Universidade Federal de Campina Grande; Mestre em Ciências Florestais, pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, da Universidade Federal de Campina Grande; Doutorando em Educação, pelo Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal da Paraíba (Campus I).