Irenaldo Pereira de Araújo
O primeiro de maio é um dia forte, é um dia celebrativo. É um dia para se rememorar a luta de líderes que convocaram multidões a se unirem em torno de um mesmo ideal, como tão bem expressaram Karl Marx e Friedrich Engels, no Manifesto Comunista.
Nesta celebração cada participante deve resgatar e partilhar sagradas imagens bem guardadas... de pessoas com punhos erguidos, ocupando praças e ruas, clamando palavras de ordem, expressando a dor e agonia de tanta gente... a solidariedade pela dor e o sofrimento do outro é o que de mais espiritual pode ser experimentado pelo gênero humano
Neste dia também é preciso que nos lembremos de todas aquelas forças que temem a organização dos grupos sociais e buscam meios para a massificação da classe trabalhadora paganizando este evento sagrado com falsas imagens... de ídolos cujo interesse é que o povo seja massificado para melhor ser enganado.
Neste dia sagrado é preciso que se cante, mas a música a ser cantada deve ser bem escolhida. É preciso que sejam cantadas canções cujas letras e melodias estejam em sintonia com os ideais revolucionários de homens e mulheres que deram sua vida para que hoje tivéssemos garantias de dias melhores. É bom sempre lembrar que nenhuma conquista é fruto do acaso, mas da luta de pessoas organizadas.
No centro desta celebração é preciso que se organize uma grande mesa... que expresse a solidariedade e a partilha dos frutos da terra e do trabalho humano ofertado como gesto sagrado de partilha e que deve se tornar comida e bebida de salvação, pelas bênçãos de homens e mulheres, que expressam sua vocação sacerdotal em tantos momentos de amor doação.
E neste dia de alegria é preciso que se dance, que se ame... a fortaleza tem que ser resgatada, mas a ternura deve ser a grande força propulsora da luta. É assim que entendemos a encarnação do verbo pronunciado por Che, quando dizia que “é preciso ser forte, mas sem jamais perder a ternura”.
Neste dia sagrado devemos sair fortalecidos, pois o testemunho de muitos é que mantém em nós acesa a chama da redenção.
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